O Índice de Confiança da Construção (ICST) apresentou recuou 6,5% em setembro, alcançando 65,9 pontos, conforme dados da Fundação Getulio Vargas (FGV). É a maior queda do índice desde março de 2015, quando o recuo foi de 9,1%. No acumulado do ano, o ICST apresenta perda de 29,6 pontos (variação de -31,0%). Para a coordenadora de Projetos da Construção da FGV/IBRE, Ana Maria Castelo, o resultado de setembro surpreendeu ao mostrar uma retração ainda mais severa na atividade corrente das empresas, e que ainda deve se refletir em indicadores como PIB e emprego.
A forte queda do índice decorreu, principalmente, do indicador que mede o estado atual dos negócios das empresas: o Índice da Situação Atual (ISA-CST) recuou -11,2%, alcançando 49,4 pontos, o menor nível da série histórica. Já o Índice de Expectativas (IE-CST) apresentou queda de menor magnitude: 3,5%,alcançando 82,4 pontos.
A queda do ISA-CST ocorreu, majoritariamente, no indicador que mede o grau de satisfação das empresas com a situação atual dos negócios, que recuou 11,3%, alcançando 47,3 pontos.
O cenário atual do setor é retrato do fim do ciclo imobiliário, que foi agravado, principalmente, pelo corte de investimento que atingiu os dois principais programas governamentais. Este aspecto já havia sido sinalizado pelo Quesito Especial – Programa de Aceleração do Crescimento e Programa Minha Casa Minha Vida, levantado nas sondagens de dezembro de 2014 e junho de 2015. Esta última havia mostrado uma queda considerável no ICST das empresas que operam com os programas na comparação com a pesquisa realizada em dezembro passado. A pesquisa de junho também registrou que, naquele mês, 55,7% das empresas que realizam obras no âmbito da PAC e 65,2% no âmbito do MCMV apresentavam atraso nos fluxos de pagamento (medições). Além disso, a entrega de obras das fases anteriores do MCMV, sem o início das contratações relacionadas a uma nova fase, está contribuindo para deprimir o nível de atividades do setor.
A questão financeira é um agravante do cenário setorial, em setembro, 47,0% das empresas sinalizaram que está mais difícil conseguir crédito para os seus projetos no momento. Há um ano, a dificuldade era apontada por 22,5%.
No caso do IE-CST, o quesito que mais contribuiu para queda foi o que mede as perspectivas em relação à evolução da situação dos negócios para os próximos seis meses que recuou 3,5% (3,0 pontos), entre agosto e setembro, alcançando 82,4 pontos.
A edição de setembro de 2015 coletou informações de 721 empresas entre os dias 02 e 23 deste mês.
Fonte: FGV
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