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sábado, 2 de março de 2013

Como crescer em 2013.

O ano de 2012 não foi dos melhores para a indústria de materiais de construção. As vendas aumentaram em 1,4% quando a expectativa era de crescer 4,5%. As causas são bem conhecidas, destacando aqui o próprio andamento da economia internacional e brasileira como um todo, que inibiu investimentos públicos e privados. O segmento imobiliário cresceu a taxas modestas e o destaque positivo mais uma vez foi o crescimento das vendas para o varejo que avançaram em torno de 7% em relação a 2011. Somam-se a isso outros fatores de menor impacto, mas é hora de pensar em 2013.

O que muda em 2013? Comecemos pelo varejo, que representa cerca de 50% das vendas da indústria de materiais como um todo e 80% das vendas de materiais de acabamento. O varejo tem tudo para continuar forte em 2013. Isso porque a venda do comércio para as famílias, em obras de reformas e ampliações, depende fundamentalmente de renda, emprego e crédito - todos com boas perspectivas para o futuro próximo. Vivemos uma situação de quase pleno emprego no país, mesmo considerando diferenças regionais. A renda continua aumentando, salário mínimo com aumento real e acordos salariais sendo fechados acima dos índices de inflação. Renda crescente e redução da pobreza são indicadores muito positivos, mas não se pode esquecer que é preciso aumentar a produtividade da força de trabalho para que as empresas sejam mais competitivas. Crédito a juros civilizados começam a chegar ao mercado impulsionado principalmente pelos bancos públicos em um primeiro momento.

O que deve ocorrer é uma melhoria gradual do aperfeiçoamento no processo de aprovação do crédito às famílias, o que é saudável para evitar um aumento da inadimplência. Apesar das críticas, movidas pelos mais diferentes motivos, muitos especialistas acham que o nível de inadimplência e comprometimento da renda com financiamentos ainda estão em níveis aceitáveis e que as famílias estão cada vez mais conscientes e cuidadosas na tomada de crédito para suas compras. Concordamos que é necessário incrementar, incentivar investimentos públicos e privados, mas mantendo as políticas de incentivo ao consumo. Empresas não subsistem sem vendas e ao lado disso, é justo e razoável imaginar que 50 milhões de pessoas que foram recentemente incorporadas ao que conhecemos como “mercado de consumo” não tenham suas expectativas de melhoria no padrão de vida frustradas. Apostamos que as vendas da indústria de materiais para o varejo e do varejo para as famílias devem crescer em torno de 8% em 2013.

Já as vendas da indústria para o segmento imobiliário – aqui inclusos condomínios residenciais, prédios comerciais, galpões industriais entre outros, devem crescer em torno de 4%. Esse mercado é fortemente influenciado pelo estado geral da economia. Há uma tendência que a economia internacional tenha um comportamento um pouco melhor que em 2012. Os Estados Unidos se recuperam, a economia da zona do euro deve ficar igual ou ligeiramente melhor, China deve repetir 2012 em torno de 7,7% de crescimento e o Japão recentemente mudou para um enfoque mais desenvolvimentista. Acreditem ou não, o Japão ficaria contente com uma inflação um pouco maior, se isso estiver no contexto de crescimento de sua economia, que há algum tempo está estagnada. No Brasil estamos apostando que os leilões das concessões - anunciadas dentro dos programas do Governo Federal de incentivo a infraestrutura - comecem logo, e que haja avanço a partir do segundo semestre. 

A Copa do Mundo está mais próxima e as obras pertinentes terão que ser aceleradas. A redução do custo de energia elétrica deve animar boa parte dos empresários, mas vale lembrar que outra fonte de energia, o gás, é um insumo importante na indústria de materiais e seu custo ainda elevado agrava em muito a competitividade de setores como cerâmica, vidros e outros. A indústria aplaude as iniciativas do governo federal de reduzir o “custo Brasil”, com medidas de desoneração, redução de juros, mas vê com preocupação a sobrevalorização do Real - nossa moeda está entre as mais sobrevalorizadas do mundo. Isso tem impactado o mercado com um continuado aumento de importações e estagnação nas exportações dos materiais de construção. Importações cumprem um papel importante, mas quando feitas de forma não isonômica, com países exportadores subsidiando vendas de seus produtos ao Brasil, aí não é justo. Isso é agravado em muitos casos pela falta de conformidade técnica dos importados, que é difícil combatermos com os atuais mecanismos de averiguação e controle.

Com todo esse cenário acreditamos que iremos crescer 4,5% em 2013, mas é claro, “todo esse cenário” precisa acontecer.

Queremos, por fim, mencionar mais alguns pontos que a nosso ver precisarão de uma atenção especial, não só em 2013, mas nos anos futuros. Os governos estaduais precisarão fazer sua parte na desoneração dos impostos, particularmente reduzindo o ICMS e simplificando o procedimento da Substituição Tributária, hoje um “monstrengo” em termos de complexidade e de não espelhar as margens realmente praticadas no mercado, onerando a tributação. Tão danoso como o excesso de tributação é sua complexidade, que exige das empresas a criação e manutenção de um pequeno exército administrativo para cuidar somente da burocracia fiscal. A elevada carga tributária estimula a informalidade que precisa ser combatida sem fronteiras: pelo mal que causam às empresas responsáveis e também à própria nação.

Enfim essas são as nossas expectativas para 2013. Vamos torcer e mais que isso, ajudar a torná-las realidade. Com certeza, feiras do setor como a FEICON, representam uma excelente oportunidade não só par conhecimento das inovações, mas para discussão dos desafios e das oportunidades da construção no Brasil.

Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção

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