O Índice de Confiança da Construção (ICST) recuou 8,0% entre fevereiro e março,
atingindo 76,3 pontos, o menor nível da série iniciada em julho de 2010. A
queda, além de ser a quarta consecutiva, foi a mais expressiva da série,
retratando um empresariado crescentemente insatisfeito e pessimista em relação
aos rumos de curto prazo do setor.
“Os sucessivos
recordes negativos registrados pela sondagem mostram que o nível de atividade
do setor está caindo rapidamente. O elemento inesperado está vindo do segmento
de infraestrutura, porque, neste caso, as dificuldades não estão relacionadas
ao término de obras, como no segmento imobiliário, mas a obras que estão sendo
paralisadas independentemente do estágio, o que tende a gerar um impacto ainda
mais forte. E a percepção dos empresários é de que este quadro tende a se
agravar nos próximos meses”, destacou Ana Maria Castelo, Coordenadora de
Projetos da Construção da FGV/IBRE.
A queda do ICST em março decorreu principalmente da
piora das expectativas de curto prazo: o Índice de
Expectativas (IE-CST) variou
-7,3%, a maior queda histórica, após recuar 4,7% no mês anterior. Já o Índice da Situação Atual (ISA-CST),
caiu 8,9% no mês, ante -9,9%, em fevereiro. Ambos os índices chegaram aos
menores níveis da série, confirmando a continuidade do quadro de desaceleração
do setor neste início de ano.
A piora das
expectativas atingiu os dois quesitos que integram o IE-CST: o
indicador que mede o grau de otimismo em relação à situação dos negócios nos
seis meses seguintes recuou 9,0%, a maior variação negativa da série, ao passar
de 98,5 pontos, em fevereiro, para 89,6 pontos, em março. O quesito que mede as
expectativas em relação à evolução da demanda nos três meses seguintes passou
de 88,4 pontos para 83,8 pontos no mesmo período, uma queda de 5,2%.
O recuo do ISA-CST no mês foi influenciado
majoritariamente pelo indicador de evolução recente da atividade, que declinou
11,4% em relação a fevereiro, atingindo 61,4 pontos. O indicador que mede o
grau de satisfação com situação atual dos negócios recuou, 6,5%, ao passar de
75,1 para 70,2 pontos entre fevereiro e março.
A edição de março
de 2015 coletou informações de 706 empresas entre os dias 03 e 23 deste mês.
Fonte: FGV
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